sexta-feira, 15 de abril de 2011

DOIS POETAS NUM BAR



Vem um atarracado
e vem um magricela,
balançam os ombros,
soberbos
e dizem que sabem delas...
belas...
merdas...
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As pedrinhas portuguesas,
tão resignadas,
tecidos das passarelas,
e cama dos mendigos.
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Copacabana ilustra o cristo
a cabana acolhe a crista
o galo canta pela copa
pela copa que não faz cabana
nem capa para o povo
que se capa, acopla...
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HOMENAGEM A KAFKA
O bar está cheio de barata tonta virando lata
A manhã vem em seguida revelando os insetos...
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Quando a coriza é lavada
e a cólera não se revela,
tudo passa...
assim como os passarinhos passarão...
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Elas e Eles espancam meus ouvidos
mas as sensações devidas estão em alerta
porém perdidas
esperançosas
aguardando pelo alien.
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Ficamos nós,
as pedras das passarelas,
os mendigos,
os bêbados,
os brasileiros...
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Naquele bar chamado barroquinho,
tá todo mundo entre Deus e o Diabo,
mas é inho,
ninguém liga muito não.
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De repente uns nordestinos
e quilos de sofrimento na maringa achatada
surrada pelo sambista
que perde a família na favela.
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Amélia que era mulher de verdade,
escrava da saudade do que não foi.
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Amélia, camélia da promiscuidade.
Amarela, tá com aids.
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acabou o dinheiro.

JoY e JeS