quinta-feira, 30 de junho de 2011

Dia dos enamorados



Mulher sozinha pensa em romance.
Mãos frias
Olhares remotos
A solidão palpita nos corações gelados
Histórias de vida
Pessoas perdidas procurando caminho
A cordialidade toma conta de todos os lugares.
Ser ser humano é coisa de gente doida
Varrida, mal-passada.
A solução está na ousadia
De ser, por si mesmo e executar.
De se reencontrar num olhar
e enfiar goela abaixo mais uma noite sem ele.

Joyce Rodrigues.

Epidemia do século XXI


Gatos pretos que passam por trás de mim

Luta para não ser o presente da vida

Luta para impedir que nasçam as asas

Mutilação do quarto, da casa, do eu

Uma coisa por cima da outra

Os olhos mirados em momentos inoportunos no espelho

As mãos entrelaçam as entranhas

por dentro do estômago

As horas tem outras cores nessa vida

as ruas 13 esquinas

uma volta longa, sem culminância

negra

sem combustível

pipocando e explodindo por aí

sequência demente, necessária (necessária?)

instantes (um atropela o outro), cada, mais eterno que antes

A luz um ultraje

O escuro a benção

Sentimento animal, macaco, anta, barata

miscelânea mal observada

muito se espera dela

o caldo não enche o copo

o corpo

amputado

pelo simples fato de ser

humano.


JoYce Rodrigues