domingo, 25 de outubro de 2009

O universo é finito


Quase toda ouvidos, quase toda coração, quase toda corpo... Dois pinguinhos de mãos caídas... Uma pitada de boca, quase toda beijo... Dois bracinhos roliços, quase toda abraço... Duas perninhas curtas, quase toda passos. Duas pétalas de olhos quase todas as noites abertos, quase a vida toda fechados. Na alma uma porção de medos, quase toda riscos... Nos dedos dez unhas quebradas, quase todas as ruas cavadas... Nas entranhas o rastro do filho nascido, nas entradas sabor do amor perdido...
Quase toda saudade, quase toda sonho, quase íngreme, quase uma ladeirinha donde vazam os polens das pétalas... Uma ponte, quase uma corrente de energia humana, quase invisível, quase (ex)instinto, toda essência...


Joyce Rodrigues

3 comentários:

Anderson Fonseca disse...

Olha vim aqui visitar seu blogue,e vi este seu novo texto, somente a simplicidade de palavras num jogo tão bem aprimorado de afirmação e possibilidade "quase" do gestos humanos e da expressão do corpo é de receber elogios - palavras muito bem colocadas. Um excelente texto. Parabéns.
Abraços.

E. Andrade disse...

palavras perfeitas, quase todos os sentimentos belos.
foda... parabéns, elogios eu acho dispensáveis, pelo fato de já ter lido, quatro ou cinco vezes, e ainda vou ler assim que acabar de comentar, de novo.

Anônimo disse...

Um dos melhores textos seus que já li . Bjo!