sábado, 12 de março de 2011

Joana

Passada para trás volta a andar suspensa,

sem firmeza aos pés,

erguendo-se,

tropeço após tropeço...

mesclando-se... rosada, negrume, maquiavélica; inocente.

Deprimida, sob efeito de remédios, eufórica; constante.


Ela volta. Simplesmente volta.

Ao seio da mãe, à rebeldia aos queridos, à aparência para os ausentes, ao esgotamento para os sonhos.

À reconstrução da pedreira, a demolir a candura,

a zombar de si, de ti, a zombar da vida.


Como pode ela, ajudar alguém?

Como pode ela, regenerar-se?

Ela caduca e esmola todos os dias...


É metade Lilith, outra Eva, em parte Maria arrependida...

Por todos e de todas as formas foi deixada.

Nem Adão, nem Deus, nem Hades,

nem José a quer...

E agora José? Até Jesus abandonou-te?


Não há pagão, nem crente para viver com ela, para amar-lhe.

Passou pelo milho, pela palmatória, caiu do céu, subiu do inferno, afogou-se na Terra,

e agora, seu olhar flutua para dentro...


Seu pouco Corem é monótono demais

e sua parte Perséfone, pérfida em excesso...


Trancou as algemas à cama e bebeu as chaves.

Não há juiz que a absolva.

Nem suborno, nem oração.


E agora, Joana?

Mata-te.


JoYce Rodrigues.

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