quarta-feira, 9 de março de 2011

O Paciente


Quarto, sala de espera... tudo tão parecido. De forma paciente aguarda-se a sua vez. O Dr chamará o seu nome, o amor gemerá sua graça, a ilusão baterá à sua porta. O paciente pega a senha. Pega a guarda. O escudo. O cobertor. A guarda da cama no quarto. No hospital. Na casa. No hospício. No hotel. Na merda. O paciente aguarda. Espera que o pássaro azul lhe chegue, lhe pie, lhe cure, bata na porta do seu quarto. No zoológico. O paciente espera. Aperta. Cerra. Espreme. Contorce. Ninguém bateu à porta do seu quarto. O Dr o xingou de paciente, a mamãe de preguiçoso. A moça do livro disse que você precisa de ajuda. Mas você está no seu quarto. No cômodo. Lá dentro. De você. Você está surdo. Como irá ouvir o pássaro azul cacarejar seu nome? Que nome? Quem é você? O paciente.

Aguarde na fila.


JoYce Rodrigues

Nenhum comentário: