sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Da vida


Tudo té aqui mudou.

Mas quero a vida assim;

Brota e morre numa noite,

Desterra e se pune simples,

Desaba, colhe, se finda...

Imutável relação entre morte e desejo.

Brota uma folha na terra que baila

Um predicado incrédulo, porém puro.


Desvela e revela...

Mutualismo preciso

A gota pingada nas entranhas

Uma goteira desembestada em sua mente

Desliza por caminhos ocultos

A gota não corre por um fim

Anseia pelo recomeço

Ela é erótica na essência

O vazamento percorre de traz pra frente

Como a saliva que suga a força

Ela vai expelindo a pessoa que é

Disforme, faminta e plena...

Como se estivesse sendo punida

Sensação última de fisgada

A torneira se fecha e eles abrem o chuveiro...

Joyce Rodrigues

Um comentário:

E. Andrade disse...

é por essas e outras que você para sempre será quem você sempre foi, minha escritora favorita, minha mestre literária, suas letras serão sempre alvo de minha idolatria
Você sabe que eu sou seu fã pro resto de meus dias, né?