domingo, 10 de agosto de 2008

Kamikaze


Saindo desse mundo fértil para o descampado do meu plantio.
Eu planto o que já foi morto a fim de que brote o além.
Navego nessa doentia estrada
remota, sugadora, onírica, nociva...

Passos-bomba, eu já explodi tudo!

Traço outro plano
deixo pílulas tarja preta como rastro.
Vi um passarinho sorrir pra mim hoje
depois percebi que ele tinha engolido uma pílula...

Ninguém ri são no meu mundo.

Alguém no meu rastro...
Navego pelos vermes brotados, estou seguro ali.
Mais um caiu na emboscada
Sorri pra mim, ele está anestesiado...

Ninguém não anestesiado sorri pra mim no meu mundo.

Eu salto do barco
Passos-bomba eu explodo tudo!
Peguei os restos e pus numa moldura no meu barco.
Fiquei lá esperando o próximo...

Sorrisos-bomba
só tem sorrisos-bomba no meu mundo...
Joyce Rodrigues

2 comentários:

Unknown disse...

Obrigado por essa poesia tão minha que eu não conhecia.

Linda Graal disse...

aham... ortega tem razão (às vezes...rss)... belo poema, mocinha! ;)

parabéns e beijinhos