domingo, 10 de agosto de 2008

Quando a corda partir


Ela busca dentro do seu seio revirado
respostas para as perguntas do seu eu comovido.
Vive a remexer as entranhas dos umbrais
a fim de que se migrem do seio revirado para a mente
a simplicidade das carícias que vive seu corpo.

Carícias, incógnitas...
Acaricia e espanca
Um jogo de claro e escuro.
Ela não suporta mais se perder...

Prossegue naqueles trilhos
que circulam em seus seios roxo-magoado.
Na garganta, a quentura de uma língua presa.
Há um trava-línguas que une a garganta aos seios revirados.
A rata rumina as razões da rainha.
Tranca os lábios.
Portais não há.
Ela, a rata, não cospe nem engole
Deixa roçar no palato da rainha.
Joyce Rodrigues

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito deste texto, tem um poder angustiado, um bolo de carne, um bolo na garganta. Parabéns!